quarta-feira, 9 de abril de 2008

POEMAS

CASA GRANDE

Fico olhando a Casa Grande quando o sol ta indo embora...
O terraço saudoso das flores do seu jardim de outrora
As salas guardam em si projetos da nossa história
Os quartos sem cenas de amor descansam um sono eterno
A cozinha saudosa de cheiro da boa comida
As paredes tão sombrias aprisionam sua história
O piso empoeirado e sem brilho reclama a falta de passos
Casa Grande antigo lar
Tuas portas se fecharam
Mas, alguém reclama por ti
Os braços que se cruzaram permitindo o abandono
Sonhos seriam mutilados.
Marli Nóbrega poetiza ipueirense.

RETRATO DE IPUEIRA
I
Ipueira, o teu retrato
Guardo na imaginação
Vendo cazuza Tenente
Naquela velha mansão
II
Depois que ele morreu
Veio a continuação
João Manoel de Medeiros
Seu filho de criação
III
Passando para outra fase
Que é a da povoação
Vejo Francisco Quinino
Na luta da fundação
IV
As pessoas pessimistas
Que não previam o sucesso
Venham agora a Ipueira
Testemunhar o progresso.
Nimô Quinino

SENDAS GERAIS

Ipueira,
a um dia distante do mar, seus riachos só enchem no inverno
e depois a seca vem visitar.
Me criei nessas ruas descalças, eu descalço a procura do mar.
Menino pobre andando nas ruas com carrinho ou cavalo de pau.
O meu sonho era um dia crescer e sair a fora – cigano!
- retirante e amante da paz.
Ipueira,
se não puder ser um vaqueiro, nem tropeiro igualzinho ao Vô Chico,
hoje sou contador de outras terras, violeiro das sendas gerais.
E quando um dia a saudade apertar, e de tanta dor não puder nem cantar.
Assossegue que estou voltando, para os meus que deixei a chorar.
Estou voltando, me espere, eu te amo,
seu moleque andarilho voltou.
Tarzan Leão de Sousa,
filósofo, teólogo e escritor ipueirense.

Fundador de Ipueira
(sobre o busto de Francisco
Quinino de Medeiros)

Histórica imagem semelhante
de frente erguida para o ar
Bem feita, bem firme, suporta
O sol que vive a brilhar
no rosto orvalhado
Da frieza do luar.

Leomar Firmino de Medeiros, poeta popular ipueirense.

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