terça-feira, 20 de maio de 2008
Maria das Dores Medeiros Rocha:Poetisa, historiadora
Patrimônio Histórico-cultural e turismo (UFRN)
Nasci em Santa Luzia/ No ano setenta e sete
Quando a ditadura urgia/ E os jovens pintavam o sete
No ano setenta e oito/ Migramos pra Ipueira
Cidade que tanto amo/ Onde desejei ser freira
Mas os caminhos da vida/ Levaram-me a outra carreira
Francisco e Bertuleza/ São esses os meus pais
Pessoas agricultoras/ De valores maiorais
Que um dia viram meu corpo/ Queimar em chama voraz
Aos quatros anos de idade /Eu já tinha muitos sonhos
E perto da lamparina/ Eu me pus a simular
Que minha pequena irmã /Eu estava a receitar
Foi quando a chama medonha /Como num passe de mágica
Avançou para o meu corpinho /De maneira triste e trágica
Entre a vida e a morte/ Eu não deixei de sonhar
E fazia muitos planos/ Pra quando Deus encontrar
Matar a fome dos homens/ E abençoar nosso lar
Aos quatros anos de idade/ Tinha eu naquele momento
Não sei se foi um sonho/ Visão ou pressentimento
Mas com nossa senhora/ Eu fiquei por um momento
Ela prometeu saúde/ E também muito sucesso
Eu disse: Nossa Senhora/ Eu te escreverei um verso
E onde eu estiver/ Jamais de ti me despeço
Da minha mãe e do meu pai/ Eu ganhei muito saber
Ele semi-analfabeto/ Foi quem me ensinou a ler
Não podia ir a escola/ Ainda estava a padecer
Aos nove anos de idade/ Eu pude ir a escola
Disse com grande alegria:
__Meu pai eu vou me formar/ O senhor vai ver um dia
A partir daquele dia/ Eu fui traçando os meus sonhos
Com poucos dias de escola/ Eu muito desenvolvia
E os versos de cordel/ Para minha gente eu lia
Escrevia muitas cartas/ Que o povo me pedia
Logo pela quarta série/ A sala da nossa casa
Em escola foi transformada/ Estava ensinando a ler
A aquela rapaziada/ Que passava o dia todo/ No cabo da enxada
A vocação de professora/ Já estava no meu sangue
Enquanto as outras brincavam/ De mãezinha no quintal
A sala de aula/ Era o lugar principal/ Sempre eu era a professora/ Este era o meu astral
Me apaixonei por história/ Logo no primeiro instante
Darci e Dona Luzia/ Com seu olhar penetrante
Mostravam ser a história/ Bastante interessante.
Cursei história na UFRN/ Também especialização
Lá também fui professora e o mote da questão
Foi ensino de história/ A minha grande paixão
Para defender meus sonhos/ Tive que enfrentar preconceitos
Sorri pra o que não gostava/ Eliminar alguns defeitos
No decorrer dessa vida /Muito perdi , mas ganhei
Do meu pai e meus dois irmãos/ A morte não superei
Mas pelo menos eu tive / Pessoas que eu amei
O amor de Max Sandro/ Rompeu com convicções
Mostrou ser possível o mundo/ Com diferentes versões
Hoje me sinto melhor/ Com menores ilusões
Mas o sonho é importante/ É um caminho a seguir
É aquilo que nos guia / Como e pra onde ir
Foi por causa de um sonho/ Que hoje estou aqui
Muitos chamaram-me de louca/ Que eu iria pirar
Mas hoje a minha história/ Eu eu estou a relatar
Pra dizer para vocês / Nunca parem de sonhar.
Nasci em Santa Luzia/ No ano setenta e sete
Quando a ditadura urgia/ E os jovens pintavam o sete
No ano setenta e oito/ Migramos pra Ipueira
Cidade que tanto amo/ Onde desejei ser freira
Mas os caminhos da vida/ Levaram-me a outra carreira
Francisco e Bertuleza/ São esses os meus pais
Pessoas agricultoras/ De valores maiorais
Que um dia viram meu corpo/ Queimar em chama voraz
Aos quatros anos de idade /Eu já tinha muitos sonhos
E perto da lamparina/ Eu me pus a simular
Que minha pequena irmã /Eu estava a receitar
Foi quando a chama medonha /Como num passe de mágica
Avançou para o meu corpinho /De maneira triste e trágica
Entre a vida e a morte/ Eu não deixei de sonhar
E fazia muitos planos/ Pra quando Deus encontrar
Matar a fome dos homens/ E abençoar nosso lar
Aos quatros anos de idade/ Tinha eu naquele momento
Não sei se foi um sonho/ Visão ou pressentimento
Mas com nossa senhora/ Eu fiquei por um momento
Ela prometeu saúde/ E também muito sucesso
Eu disse: Nossa Senhora/ Eu te escreverei um verso
E onde eu estiver/ Jamais de ti me despeço
Da minha mãe e do meu pai/ Eu ganhei muito saber
Ele semi-analfabeto/ Foi quem me ensinou a ler
Não podia ir a escola/ Ainda estava a padecer
Aos nove anos de idade/ Eu pude ir a escola
Disse com grande alegria:
__Meu pai eu vou me formar/ O senhor vai ver um dia
A partir daquele dia/ Eu fui traçando os meus sonhos
Com poucos dias de escola/ Eu muito desenvolvia
E os versos de cordel/ Para minha gente eu lia
Escrevia muitas cartas/ Que o povo me pedia
Logo pela quarta série/ A sala da nossa casa
Em escola foi transformada/ Estava ensinando a ler
A aquela rapaziada/ Que passava o dia todo/ No cabo da enxada
A vocação de professora/ Já estava no meu sangue
Enquanto as outras brincavam/ De mãezinha no quintal
A sala de aula/ Era o lugar principal/ Sempre eu era a professora/ Este era o meu astral
Me apaixonei por história/ Logo no primeiro instante
Darci e Dona Luzia/ Com seu olhar penetrante
Mostravam ser a história/ Bastante interessante.
Cursei história na UFRN/ Também especialização
Lá também fui professora e o mote da questão
Foi ensino de história/ A minha grande paixão
Para defender meus sonhos/ Tive que enfrentar preconceitos
Sorri pra o que não gostava/ Eliminar alguns defeitos
No decorrer dessa vida /Muito perdi , mas ganhei
Do meu pai e meus dois irmãos/ A morte não superei
Mas pelo menos eu tive / Pessoas que eu amei
O amor de Max Sandro/ Rompeu com convicções
Mostrou ser possível o mundo/ Com diferentes versões
Hoje me sinto melhor/ Com menores ilusões
Mas o sonho é importante/ É um caminho a seguir
É aquilo que nos guia / Como e pra onde ir
Foi por causa de um sonho/ Que hoje estou aqui
Muitos chamaram-me de louca/ Que eu iria pirar
Mas hoje a minha história/ Eu eu estou a relatar
Pra dizer para vocês / Nunca parem de sonhar.
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